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30 de março de 2011

11º Capítulo - Surpresas


Naquele dia em questão, eu tinha acordado um pouco mais cedo do que costumava. Já tinha feito a tarefa, e me trocado; Estava dando uma última ajeitada no cabelo quando ouvi três toques seqüenciais na porta:
- Entra, Joanna. – Disse eu ainda de frente para o espelho, com os olhos na porta que não se abriu.


Mais uma seqüencia de três toques foram dados, tornei a pedir para que Joanna entrasse, mais uma vez sem sucesso.


Caminhei apreensiva até a porta e indaguei:
- Quem está ai?! – Não houve resposta. Irritada girei a maçaneta, e um vulto passou por mim, batendo a porta que deixara para trás. Fiquei parada olhando para um único ponto por uns cinco segundos, até conseguir me movimentar, e quando me virei tive uma grande surpresa.


- Urik!!! O que faz aqui?
- Elladora, vim em nome de Aaron, Chad e Nicko – Disse Curtis esbaforido, o rosto dele não estava tão severo como costumava ser, ainda assim não impediu que ele revirasse os olhos ao prosseguir - Eles disseram que só me deixam entrar em casa se eu levar você.


- Eles fizeram isso? – Meus olhos se encheram de lágrimas, e simulei um sorriso que não saiu, por falta de costume.
- Sim, eles... fizeram... na verdade eu tinha que fazer todo um discurso, mas você pode me poupar dessa parte? Pedir desculpas e blábláblá? – Disse ele abanando as mãos.


- Tudo bem, sem desculpas. – Curtis nem esperou que eu terminasse de falar; caminhou até o outro lado do meu quarto, e se jogou na cadeira da escrivaninha relaxando os músculos no mesmo instante.


Aproveitei a sua serenidade para me aproximar, puxei a baqueta até estar próxima a ele, e após me acomodar o encarei por algum tempo, ele me encarou de volta. Pela primeira vez não vi ódio nos seus olhos.


Então, antes que o mau-humor dele voltasse decidi me explicar:
- Me desculpe, pelo meu atraso naquele dia, eu... nem sei o que dizer, não quis de forma alguma causar problemas, se eu soubesse que o Janson...


Ele fechou os olhos e girou o pescoço fazendo os ossos estralarem, percebi que era o momento de me calar, e dar espaço para as suas palavras:
- Já passou – disse calmamente – eu não sou muito de falar, Elladora; não gosto de ter que bancar o cara chato, entende? Mas, veja o meu lado... Chad, Aaron, Nicko e você estão no Nightmares por diversão, ou pra ganhar algum trocado, sei lá... eu até compreendo.


- Entretanto, pra mim a banda é importante, é onde aplico tudo o que aprendo, eu preciso disso, assim como você... – ele passou os olhos por todo o quarto, e logo que viu o l'absinthe no meu cavalete, deu continuidade ao discurso - assim como você precisa das suas telas, como Nicko precisa dos livros dele, e como Aaron e Chad precisam do palco.
- Eu sei... - Disse abaixando a cabeça.


- Sei que nenhum motivo justifica o que aconteceu lá em casa, não tinha o direito de tratar você daquele jeito. Só que, meu dia não tinha sido legal, e poderia ter sido o Nicko ou o Chad... qualquer um, mas foi você quem pisou na bola, acabei descontando.


Ele tragou um pouco de ar e prosseguiu:
- Bom, você vai lá pra casa? Os garotos estão te esperando.
Desviei o rosto quando senti a adrenalina me bater em forma de bolo no estômago ao me recordar das grosserias que fui obrigada a ouvir; Tive dúvidas se deveria aceitar seu convite sem que ele implorasse por alguns anos. Porém, se Urik Curtis tinha sido capaz de levantar a sua bandeirinha da paz, eu deveria fazer o mesmo, pelos garotos.


- Tá certo, Urik, eu já entendi. - Curtis suspirou aliviado por não ter que levar sua palestra até o fim, e prosseguiu animado:
- Chad disse que vai fazer um chá com biscoitos pra você às cinco – Ele sorriu pela primeira vez sem deboche, foi uma risada engraçada - Aaron disse que comprou chocolate quente, e Nicko disse que sente falta da sua risada no estúdio.


- Eu tenho aula daqui meia hora, Curtis. – Disse eu ao me levantar - Mas, pode avisar que assim que eu sair da aula vou direto pra lá.
- Eles não vão me deixar entrar, sem você. – Murmurou ele melancólico, e como quem faz uma súplica emendou um pedido - Posso ficar aqui por enquanto? Preciso dormir um pouco, estou fora de casa desde ontem... Dai, antes de ir pra lá você me acorda, não sei...


- Ah! Claro, tudo bem... sem problemas... – Concordei sem saber se saia do quarto ou se pegava os livros, não estava acostumada com o Urik falando daquela maneira comigo, a situação me deixou um pouco desconcertada.


Antes de ir para a aula, voltei a olhar para o quarto, ele já estava deitado na cama de olhos fechados, então expliquei meio baixo:
- Eu vou bater a porta aqui, ok? Tem uma chave comigo, e dentro da gaveta da cômoda tem uma cópia; Se você precisar sair leve com você, depois eu pego de volta.
- Uhum – Foi o que ele respondeu, e em seguida suspirou profundamente provavelmente dormindo.

28 de março de 2011

10º Capítulo - Regresso


A volta do acampamento aconteceu no dia que antecedia o início das aulas. Infelizmente para mim, o regresso ao campus não me trazia motivações; pois não tinha intenção alguma de me encontrar com os garotos novamente. Apesar de sentir muita falta deles, tinha a consciência de que se um dia tinha conseguido viver sem o Nightmares, apartir daquele instante não seria diferente, seria apenas uma questão de tempo.


Assim que pisei na república reencontrei Joanna, logo que me viu ultrapassar o limite da porta, ela correu em minha direção falando:
- Você foi pro acampamento de férias? Não acredito! Poxa, que inveja!


- Fui sim, não tinha muito o que se fazer em Hampton, e como foi em, Cumbria?
- Foi bom! Matei a saudade da minha cama, Aah! Quantas noites eu sonhei estar dormindo no meu quarto; principalmente nas noites chuvosas, você sabe, as goteiras são insuportáveis. – Falava a empolgada Joanna com um sotaque carregado do norte.


- Você não tem jeito, não sei porque não pede pra alguém arrumar o seu quarto. – disse eu, seguindo para o sofá, escoltada por minha amiga.
- Depois eu vejo isso... agora me conte, como está a minha banda? Eles não ensaiaram nas férias?


Esperei até estarmos sentadas para lhe responder, e assim que nos aconchegamos, soltei a resposta em um único fôlego:
- Eu sai da banda, Joanna, não faço idéia de como eles estão. – Joanna me encarou com o espanto que conseguiu juntar de uma vida inteira, e disparou:
- Você o quê?


- É isso mesmo que você ouviu; não sou mais guitarrista do Nightmares, não faço mais parte da banda, e pra falar a verdade acho que foi melhor assim – menti descaradamente - Vou me dedicar mais aos estudos, e arrumar outra coisa que ocupe menos tempo.
- Você está brincando? Você adorava o Nightmares! Apesar de toda a antipatia entre você e o Urik, você ama aquela banda!


- É... acho que a antipatia que sentimos um pelo outro acabou sendo o maior pivô; Mas está tudo bem, vou superar isso – Disse eu, dando voz aos meus pensamentos mais otimistas - Sinto falta do Chad, do Aaron e do Nicko; Entretanto ainda podemos nos encontrar pelo campus, não vai ser tão ruim assim.


Apesar de todo o meu otimismo, nada aconteceu como planejei; Meu período de reclusão durou mais de dois meses, e foram dois meses de tristeza relativamente profunda.


Certas vezes chegava a sonhar que estávamos no estúdio; podia ouvir nitidamente as piadas aleatórias de Chad e Aaron, a risada cômica de Nicko, e o bufar impaciente de Urik, devido a nossa falta de concentração no ensaio.


Eram momentos que acalentavam o meu coração, entretanto quando tomava consciência de que tinha sido mais um dos meus sonhos delirantes, voltava a ficar triste.


Nas primeiras semanas, sustentei a esperança - ainda que mínima - de que um dos rapazes viessem até a república me recrutar, dizendo que Curtis havia enfim me perdoado, segundos após ele ter admitido que eu fazia falta como guitarrista - Essa era a parte que eu mais gostava de imaginar.


Mas, a esperança morreu no dia em que Joanna bateu na porta do meu dormitório com uma cara péssima, e me deu a notícia de que Urik tinha colocado o tal do Guilhermo no meu lugar.


A partir daquele momento, deixei até de freqüentar o hall da república, e passei longos dias saindo do quarto apenas para comer, ir pra aula e para cuidar das necessidades básicas.


Joanna, num ato solícito, me visitava freqüentemente com o intuito de me fazer companhia, tentar me animar, e me convidar para sair um pouco. Todavia, ainda não me sentia preparada pra ver o meu lugar ocupado na banda.


E assim, completei minha hibernação com sucesso absoluto. Fazia dois meses e meio que eu tinha deixado o Nightmares; Já estava começando a me reerguer, e ainda que sem muita freqüência já havia voltado a circular pelo hall da república. Estava voltando aos poucos, re-acostumando com a velha Elladora.

23 de março de 2011

9º Capítulo - Acertando as contas


Felizmente não demorou para que eu tivesse a oportunidade de acertar as contas com o senhor fofoqueiro; Muito antes de eu concluir o percurso que traçava com a minha colega, Janson Bencini passou pelo portão do acampamento.
Assim que o vi, finquei os pés no gramado, e pude sentir a tensão tomar conta do meu corpo; Não iria em lugar algum sem antes tirar satisfação com o Janson.


Ao perceber que eu havia parado de caminhar, Marian voltou-se para mim e disse ansiosa:
- Vamos, Elladora, antes que alguém pegue a mesa! – Olhei para ela, e respondi com convicção:
- Pode ir na frente; preciso resolver uns assuntos pendentes.
Minha colega então respondeu desanimada:
- Tudo bem, qualquer coisa depois você entra na fila.


Assim que despistei Marian, voltei a encarar o fofoqueiro Janson, que conversava com uma provável vítima; entretanto, no instante em que me viu Janson despediu-se da garota, e se aproximou alargando o sorriso:
- Boa surpresa te encontrar por aqui, Elladora.


- Olá, Bencini – O cumprimentei cuspindo veneno - como vai a sua língua?
- A minha língua? – Indagou surpreso – A minha língua vai bem, e a sua?
- A minha, fica dentro da boca, e não sai espalhando pelo campus sobre o que certos caras fazem dentro do meu quarto.


- Sobre o que você está falando? – Perguntou curioso.
- Oras, Janson! Vai dar um de louco agora, e comigo? – Questionei cruzando os braços no peito - Pirata, fofocas e rodadas de cerveja devem fazer as coisas ficarem um pouco mais claras na sua cabeça, não é?
- Eu nunca falei de você. – Ele foi categórico em sua resposta.


- Por que será que eu não consigo acreditar? – Respondi com sarcasmo.
- Pode perguntar pra quem você quiser, nunca disse uma palavra a seu respeito, nem no Pirata nem no Public House, em lugar algum.
- Você acha que alguém responderia, Janson?
- Pergunta pro Curtis, ele vive no Pirata...
- Eu... eu não converso com ele.


- Bom, então não tem o que fazer, só posso afirmar, nunca falei sobre você... e se você quiser saber a verdade, se eu falei ou não, é só perguntar por ai. – Fiquei encarando o Bencini por um bom tempo, queria ter o poder místico de ler o que passava dentro da sua mente; obviamente não consegui ler, ouvir ou enxergar nada, a não ser o rosto bonito dele.


Devido ao meu silêncio, Janson girou sobre seus calcanhares, e quando já estava de costas para mim, resmungou com frieza:
- Boas férias pra você.
- Obrigada, pra você também. – Respondi no mesmo tom.


Não voltei a encontrar com o Janson durante as férias, dizem que ele voltou para o campus no mesmo dia, extremamente chateado com a situação.


No acampamento, não ouvi nenhum comentário em relação a nós dois; De fato, nunca ninguém me perguntou se a minha calcinha preta com babadinhos já havia furado, ou se eu tinha mandado arrumar o ferrinho que sustenta o bojo do sutiã que faz conjunto com a tal calcinha.


De qualquer forma, Janson disse: “eu nunca falei de você”, o que não quer dizer que ele não faça os tais comentários, sujo e porco como Curtis; dois salafrários sem limites. Que eles se matem antes de conseguirem provar quem é o melhor.

21 de março de 2011

8º Capítulo - Acampamento de férias


Acabei por adotar a idéia de Aaron e me inscrevi no acampamento de férias de Hampton.
Desde o dia da discussão com Urik não havia mais estado na companhia dos garotos, e, eles me faziam uma falta absurda.


Passamos três meses juntos, o que nos rendeu uma boa amizade. Entretanto, seria melhor para todos nós que eu e Urik não ocupássemos o mesmo espaço por algum tempo.
Seria melhor para Chad, Nicko e Aaron principalmente; Pois desde que entrei na banda, eles encontravam-se divididos, sem saber a quem agradar: a única garota da banda, ou o machista, egoísta e egocentrista; Urik Curtis.


Então como fui a última a chegar, e a amizade deles vinha de bem antes do fatídico dia em que cruzei a porta da casa pela primeira vez, nada mais justo que partisse de mim a decisão de me afastar.


Pelo menos os dias que passei no acampamento serviram para matar o tempo; Existiam competições e gincanas, tais brincadeiras mantinham minha mente ocupada nem que fosse por um curto período.


Conheci algumas pessoas de outras repúblicas, e acabei me tornando colega de algumas garotas, uma delas atendia pelo nome de Marian.
Certa tarde, estávamos jogando conversa fora quando ela me questionou:
- Então você é a guitarrista do Nightmares?
- Ah! Sim, erm... sou... – Disse eu hesitante, por não saber se o posto de guitarrista ainda me pertencia.


- Poxa! Que bacana! Eu vi o show de vocês no Public House na semana que antecedeu as férias, foi um barato! Deve ser legal fazer parte de uma banda – disse ela, entusiasmada – Queria tocar no Wars; você conhece?


- Conheço só de nome, ainda não tive oportunidade de vê-los com a mão na massa.
- A banda é nova, a formação aconteceu tem poucos meses. São todos calouros, e ainda não fazem muito sucesso... O vocalista do Wars é demais; dizem que ele vai acabar tomando o lugar do Curtis.


- Você conhece o Curtis? – Perguntei à toa.
- Quem não conhece? – Respondeu Marian empolgada - Não cheguei a trocar telefone.. Mas já fiquei com ele sim. – Quase não segurei a risada debochada quando Marian referiu-se a troca de telefones, porém me contive, e deixei que ela terminasse sua história - Não foi uma noitada dessas que ele costuma ter na maioria das vezes... Contudo, deu pra rolar um feeling. Você deve saber como é, não existe uma garota no Hampton que não tenha passado pelas mãos do, Curtis.
- Devo ser exceção – Respondi de imediato - Não vejo a menor graça naquele pateta.


- Você está brincando? – Indagou a incrédula Marian.
- Não, eu não estou.
- Ele nunca tentou te atacar?
- Ele mal olha na minha cara, não devo fazer o tipo dele; Não que me incomode - Esclareci - também não faço questão de fazer o tipo dele.


- Parabéns, tiro o meu chapéu pra você.
- Ah, deixa de besteira! - Exclamei convencida - Só dei sorte de conhecê-lo antes de cair na armadilha - resolvi mudar de assunto - Como chama esse tal vocalista do Wars?
- Janson Bencini, - Engasguei - ele é lindo! - Disse ela, e eu concordei com uma risadinha sem graça - Infelizmente, ele tem um pequeno problema... - Ela fez uma pausa - bom, você que conhece o Curtis e não caiu na dele, certamente não cairá na do Janson. – Meu sorriso sem graça murchou.


- Hãm, qual é o problema do Janson? – Questionei aflita por saber que já havia sido vítima dele involuntariamente. No entanto, tentei parecer indiferente com o que seria revelado a seguir.
- Ambos são canalhas; mas o Urik leva uma vantagem em relação ao Bencini. – Disse ela, depois de dar uma longa fungada me deixando atordoada – Ele não faz fofocas sobre as mulheres que dormem com ele.


- E o, Janson, ele espalha? – Perguntei aflita.
- Ah sim, ele é como uma velha fofoqueira de janela - Disparou Marian - já está virando rotina; todas às vezes que Janson pega alguém, no dia seguinte, logo pela manhã ele aparece no Pirata, ocupa uma das mesas, e paga algumas rodadas de cerveja enquanto conta pra quem quiser ouvir todos os detalhes da noitada.
- Ele, ele faz isso? – Questionei horrorizada.


- Ahãm, pode apostar! – Exclamou Marian - Certa vez entrei no Pirata, e Janson estava lá, falando pelos cotovelos; foi impossível não ouvir tudo sobre a conquista da vez.
- E como é esse negócio? Quero dizer... os detalhes? – Quis saber a minha curiosidade mórbida.
- Bom, ele narra toda a conversa e a conquista; depois ele conta como chegou no quarto da garota, e todo o lance de preliminares.


Marian sorria excitada, por estarmos fofocando sobre a vida alheia, mal sabia ela que a vida alheia em questão era a minha:
- Então ele fala sobre a lingerie, cor, formato essas coisas, sabe? - Abri a boca, mas não consegui pronunciar qualquer palavra, estava concentrada tentando me lembrar qual lingerie estava usando - E, finalmente sobre todas as posições que fez, e quantas horas durou a transa.. por isso no meu ponto de vista ele é pior que o Curtis. - Ela tomou fôlego, dando a entender que o assunto não estava acabado.



Enquanto Marian ia detalhando mais e mais sobre as fofocas que Janson fazia sobre as mulheres que dormiam com ele, foi inevitável não me lembrar da minha discussão com o Urik.


Em especial, foi impossível não me lembrar das suas frases de efeito como: “Ou você se controla na noite anterior aos ensaios, deixando de se esfregar por ai com os caras, ou; não apareça se não conseguir manter-se concentrada” e mais: “Se ela quer errar ela que procure o Wars e lá ela pode errar a vontade, desde que vista saias que mostrem um pouco além das pernas, apesar de que eu duvide que seja grande novidade pra metade de Hampton”.


Nunca até aquele momento eu havia me arrependido de algo que eu tivesse feito. Por mais que tivesse feito escolhas erradas, e perdido tempo com pessoas erradas, nunca havia me arrependido de nada, Janson era sem dúvidas a minha exceção.
- Elladora? – Ouvi Marian me chamar, tirando-me do estado de choque. – Está tudo bem?


- Sim, está – Despistei, sentindo meus lábios dormentes - foi mal, me lembrei de um ex-namorado que me tirou do sério.
- Ah, acontece! – Disse ela me tranqüilizando - Vamos deixar esse assunto pra lá, afinal os dois deuses de Hampton não vieram para o acampamento, uma pena. – Encarei Marian mais uma vez sem saber o que dizer, por sorte ela estava realmente disposta dar o assunto por encerrado:
- Topa jogar dama?
- Vamos lá! - Concordei rapidamente, deixando todo o ocorrido apenas para os meus mais íntimos pensamentos.


Depois de descobrir que a maioria das pessoas de Hampton tinham ciência da minha vida sexual, e que se eu fizesse fotos para uma revista masculina, era capaz de nem ser tão detalhada em comparação ao que Janson havia espalhado pelo campus, senti vergonha por imaginar que Urik de certa forma teve razão em ficar louco comigo.


Bencini, estava tentando roubar o posto de garanhão do Curtis, eu havia sapateado, e feito mais um monte de coisas horríveis em cima da reputação do Nightmares; E ainda que tenha sido por uma manhã, e de uma forma negativa, roubei sem querer o lugar de “Supernova” do Urik.
Me senti aflita ao imaginar que carregaria aqueles sentimentos por vários dias, desejei então que o chão se abrisse para que eu fosse sugada e evaporasse ao entrar em contato com o magma, desejei desaparecer por alguns séculos.


Nota:
Olá!
Peço desculpas pela demora, tive problemas com o jogo, alguns personagens ficaram "presos" em Três Lagos e eu não estava conseguindo entrar no lote para tirá-los de lá, felizmente consegui resolver. ^^