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14 de junho de 2011

23º Capítulo – Declarações


- O que você está devendo para o Curtis, Janson? - Questionei-o enquanto caminhávamos em direção a república onde ele morava.
- Urik quebrou um galhão pra mim, sabe como é?
- Não, é claro que não sei – Respondi sem o encarar - Mas você pode me falar a respeito.


- O Curtis... bom, ele não gostou nada daquela nossa saidinha, lembra?
- Muito me espantou ele saber da nossa “saidinha”, foi você quem contou pra ele?
- Claro que não! Só pedi seu telefone pra ele, quando o encontrei no campus na manhã do dia seguinte.


– Curti você desde o primeiro momento em que te vi... Te achei legal, simpática, bonita... e você tem um beijo muito bom – Ele sorriu no final.
- Hãm! – Resmunguei sem paciência, e um pouco decepcionada pela história não ser nada dramática, sem nenhum tipo de luta corporal, nenhuma ameaça de morte, e nada dessas coisas.


- Bom – Prossegui - Ai você pediu meu telefone pra ele, e...?
- Ele disse pra eu não pegar mal não, mas... que você não era pro meu bico.
- Não sou, é? – Perguntei achando graça nas palavras do Curtis para o Janson.
- É, foi o que ele disse.


- E qual é a divida por fim?! - Insisti - Você... Pode me contar?!
- Semana passada encontrei com o Urik novamente, e voltei a pedir o seu telefone – Disse ele pensativo - Não sou de ficar pedindo não, sabe? Mas o Curtis disse que você não tinha ninguém e... eu gostei de ficar com você de verdade, achei que valia a pena.
Após a longa pausa dada por Janson no final, exclamei angustiada:
- Prossiga, Bencini!


- Ah sim... Então, acho que ele estava de bom humor, não passou o seu telefone, mas disse que vocês tocariam no Public House neste “findi”.
- Entendi, ou seja… resolveu te presentear, com a palhaça aqui?
- Claro que não... Ele só falou pra eu tentar a sorte, e eu tentei, ué!
Tentar a sorte era o tipo de resposta que era a cara do Urik, quase pude ver o sorriso irônico brotando nos lábios dele, assim que o Janson lhe deu as costas.


Quando chegamos em frente a república de Janson, ficamos um tempão em silêncio.
A falta de assunto repentina para mim estava bem cômoda, pois precisava encontrar alguma resposta para tudo o que Bencini havia me falado sobre o encontro com o Curtis, e... entender algo muito mais complicado, o próprio Urik.


Janson começou a ficar aflito com a situação, e apesar de ter percebido a sua aflição, continuei na mesma posição confortável.
Depois de muitas fungadas, suspiros e sei lá mais o que, Bencini voltou a falar:
- Eu queria te dizer uma coisa.
- Pode falar... – Rebati sem vontade.
- Eu, estou curtindo você. – Disparou ele.
- Como é? – Perguntei chocada.


- Te curtindo, sabe? Você não sai da minha cabeça... passei os últimos meses pensando em... Nós – Ele deu ênfase no nós - e queria saber se... existe a possibilidade de rolar alguma coisa mais séria – ele grudou o seu rosto no meu, e indagou – tenho essa chance, Elladora?
O encarei perplexa; Em nenhum momento havia me passado pela cabeça que Janson pudesse sentir algo diferente por mim.


Pois na minha concepção Bencini deveria ser igual ao Urik; com a diferença de que Janson deveria parecer uma velha fofoqueira - Como Marian tinha cantado a bola no acampamento de férias.


Pela primeira vez tentei enxergar Bencini de uma outra maneira; Entretanto não consegui fazer a conexão mágica entre nós.
Ele até tinha conseguido me tirar do sério com todo aquele sorriso, palavras legais, e confesso pelo corpão definido, porém não me causava nenhum tipo de raiva anormal, tão menos conseguia me fazer suar por estar tão próximo.
Pra finalizar, as minhas intenções em relação a ele passavam longe, há milhas e milhas de um compromisso.


O que posso afirmar é que só estava a fim de tirar uma casquinha dele, pra provocar o Urik, mas tive que fazer mudanças nos planos.
Não queria brincar com os sentimentos de Janson; que eu não poderia saber se eram ou não reais, sendo assim optei por ser sincera... ao menos ele já sairia da situação com sua dignidade intacta:
- Janson, eu curto você também... mas não acho que as coisas tenham que acontecer assim, saímos uma única vez e faz tanto tempo.


- Eu sei, mas... poderíamos nos conhecer e o sentimento uma hora acontece.
Seus olhos brilhavam como os de uma criança em dia de natal, e senti um carinho imenso por ele naquele instante... infelizmente não foi suficiente para que eu mudasse de idéia:
- Não, Jan... não iria dar certo.
- Por quê? – Insistiu.
- Porque eu gosto de outra pessoa.
- Mas, o Curtis disse...


- Não me leve a mal... – Rebati irritada - Mas, o Curtis não sabe nem da vida dele, quem dirá da minha.
Bencini abaixou a cabeça, e o gesto me causou um leve desconforto; Muitas vezes ao longo da vida preferi tomar um fora do que dar um, a situação é sempre terrível:
- Eu sinto muito - Murmurei aborrecida - Não queria te magoar.
- Tudo bem, vou superar. – Ele sorriu meio tímido.


Não havia mais nada que eu pudesse dizer, ou fazer por Janson Bencini, então me despedi dando as costas para ele:
- Fica bem, Jan, e... cuidado com as garotas malvadas.

6 comentários:

  1. Parece que o Urik conhece melhor a Elladora que ela mesma!

    AMO!
    bjosmil! *.*

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  2. Que climão... O.O
    Droga, aqui estou eu com pena do Jan... Eu gostaria que o sr. Urik parasse de se meter na vida da Elladora dessa maneira. Ou se metesse e assumisse de vez. Estou com muita raiva dele. (>.<)

    Bjks!

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  3. Aff, atuh passada jurava que tinha comentado. Mas meu coment era sobre o nó que o Curtis só vive aumentando na minha cabeça. E nessa atuh não poderia ser diferente. ashh
    Também fiquei com dó do Jan, mas só um pouquinho, porque sei lá se ele foi sincero. E fico feliz pela Ell ter sido fiel aos próprios sentimentos. \õ/
    Quero mais. *w*

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  4. Vontade de matar esse Urick 3òó
    Sádico, sem melanina e sem coração!!
    Affff Desde quando ele tem permissão para fazer a Elladora de fantoche?
    Ela bem que podia ter dado uma chande ao Jan... Conhece-lo melhor... mesmo que fossem só umas saídas casuais... Fiquei com muita pena dele...

    Beijos

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  5. Oh Jan... <.< >.> <.< *agarra jan* Pode ficar para mim xDDDD Coitadinho...

    Urik que raiva! Se confessa duma vez!!! Que irritante!

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  6. Gente esse Urik se supera!
    Cara que vontade de matar o homem. Coitadinho do Jan!

    Bjos

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