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29 de julho de 2011

29º Capítulo - O castigo


Estava com o olhar perdido esperando sem nenhum entusiasmo que Joanna viesse ao meu encontro para tomarmos café da manhã; Entretanto subitamente uma pequena corrente elétrica varreu o meu corpo quando a vi postar-se na beirada da mesa sorridente, cantarolando a frase que me inundou de esperança:
- Telefone pra você - ê.


- Quem é? - Questionei imediatamente.
- O Janson novamente. – Respondeu ela, me fazendo murchar instantaneamente.
- Diga que eu já fui pra aula, Jô... por favor.
- Ele está preocupado, Elladora, disse que tem mais de mês que não consegue falar com você!


- Diga a ele que estou bem... E que quando chegar da aula, você vai me dar o recado e me obrigar a retornar.
- Eu posso até dizer, mas você não está bem... definitivamente você está péssima. – Seu olhar era preocupado.


- Eu vou falar com Janson, e já estou voltando aqui para termos uma conversinha. – Antes que eu pudesse protestar, Joanna interferiu – Hei! Não tem desculpa, me espere quietinha neste mesmo lugar.
- Ok, Joanna – Bufei impaciente, na expectativa dela mudar de idéia... Infelizmente não surtiu efeito, Joanna deu de ombros e me lançou um olhar sisudo, denunciando sua vontade ávida de me passar um belo sermão.


Devia ter passado pouco mais de um minuto, quando a ouvi puxar a cadeira de frente para mim, não me esforcei para encará-la, pois estava ocupada demais procurando uma desculpa plausível para a minha falta de ânimo; A propósito estava tão ocupada com a árdua tarefa que não prestei atenção que Joanna havia se sentado, porém não tinha se dado ao trabalho de começar o discurso prometido.


Desviei meus olhos alguns centímetros à frente, e meu coração disparou ao encontrar a mão que eu reconheceria mesmo que as unhas não estivessem pintadas de preto, e os anéis idênticos aos meus não estivessem enfeitando os dedos compridos.


No mesmo instante levantei os olhos para tirar a prova final, e quase não pude acreditar no que via, Urik estava sentado de frente para mim, do outro lado da mesa, perto o suficiente para ser tocado; divinamente lindo, um pouco diferente... não consegui identificar o que era, parecia tão... adulto. Abri a boca algumas vezes para tentar expressar o que estava sentindo, mas não consegui.


Ao invés disso, Urik tomou frente ao diálogo me desconcertando completamente:
- Eu amo você – Arregalei os olhos espantada, em seguida o questionei por achar que minha audição estava me pregando uma peça.
- Você o quê?
- Eu te amo, L’adora – Urik deu um sorriso brando, e eu quase chorei por ter ouvindo o meu apelido novamente e também por ele ter dito “eu te amo” de forma tão nítida.


- Tenho algumas coisas pra te dizer... Mas, estou tão nervoso.
- Ah, Curtis... Não precisa dizer nada, já passou – Confortei-o rapidamente.
- Me desculpe por eu ter sumido, fiquei tão louco naquele dia, passaram tantas coisas na minha cabeça – Suas sobrancelhas se uniram e seu olhar se entristeceu fazendo com que eu morresse de arrependimento, por tê-lo forçado a encarar a nossa realidade - Você não deveria ter se apaixonado por mim, Elladora, e nem eu por você... Porque você sabe... eu não sou muito confiável.


- Eu sei, eu sei... não tem a mínima importância, Urik. – Tentei mantê-lo calmo por medo dele confessar coisas demais, e dizer no final que iria embora de vez; entretanto Curtis me ignorou, e prosseguiu frustrado:
- Eu me enganei a respeito de quase tudo, achava que a maneira como vivíamos não te incomodava, imaginava que me tornar inatingível em relação ao... beijo, era a única forma de te prender a mim sem que precisássemos evoluir a forte atração para um sentimento verdadeiro, com a intenção de não nos magoar jamais.


- Mas, Urik... o beijo não poderia impedir nada - observei um pouco exaltada - Você deve entender que, o amor acontece!
- Me deixe falar, por favor – Ele me interrompeu, com um tom magoado.
- Desculpa – Engoli em seco e calei-me.
- Eu sei que apesar do beijo ter sido muito importante, não era ele exatamente a única porta que me separava de você, demorei para perceber que... – Ele abaixou a cabeça e sussurrou – eu já estava te amando tinha um tempão.


- Há um tempão?! - Indaguei surpresa - Você está brincando?
- Não costumo brincar, Elladora. - Tive que concordar, muitas vezes ele não costumava brincar mesmo.
- Tá, tudo bem – Suspirei profundamente, tentando manter os pés no chão e dei continuidade um tanto hesitante – agora, você não está dizendo tudo isso pra depois me falar que ainda assim não quer mais nada comigo, não é?
- Não, não é por isso que estou aqui... vim te buscar pra te levar pra casa.
- Tem certeza?!


- Certeza absoluta. – Ele sorriu, e ficamos nos olhando por um bom tempo.
Eu estava um pouco confusa, muitas vezes tive que me esforçar para reconhecê-lo, e teria ficado naquele olho no olho por uma década, se ele não tivesse quebrado o transe:
- Sabe, você é a primeira coisa que eu desejo ver quando acordo e a última coisa que gostaria de ver antes de dormir, todos os dias.
Eu deveria ter pulado na mesa e o agarrado no ato, mas tinha que colocar tudo em pratos limpos, antes de qualquer coisa:
- E as garotas, Curtis? O que vai fazer com elas? – Relembrei a ele.


- Não vai mais existir ninguém, só você... Eu prometo. – Ele estava muito sério e parecia estar sendo honesto.
Então, não pude deixar de pensar: Aquele seria o meu castigo por tê-lo beijado a força? Ouvi-lo dizer que me amava, acordar e dormir ao seu lado e tê-lo finalmente só para mim? Tudo aquilo era bom demais para se acreditar assim tão rápido, porém resolvi dar-lhe uma chance e alguns créditos extras por estar ali, expondo os sentimentos da forma como eu tinha sonhado:
- Sabe, é muito bom poder te ver novamente, melhor ainda é poder dizer que aapesar de eu te achar um: galinha, cafajeste, presunçoso, sem vergonha, safado, ordinário, e de ter certeza que o seu ego tem o dobro do tamanho de Hampton... eu amo você, Urik Curtis, e senti a sua falta.


Após a minha declaração ousada, Urik levantou-se, e como se tivesse sido disparado por um canhão veio para o meu lado da mesa sem tirar os olhos dos meus, com um sorriso perigoso nos lábios; Foi a primeira vez que o vi olhar daquela maneira tão descaradamente para mim, senti meu corpo arder em chamas... E no mesmo instante revivi nossos melhores momentos, quase pude ter a sensação das minhas mãos escorregando na sua pele, foi o suficiente para que os meus hormônios entrassem em curto-circuito... De repente até o ar tinha parado de circular ao nosso redor.


Curtis agarrou o meu braço, puxou meu corpo até o seu encontro... e me fitando com a cara mais sacana que eu já o tinha visto fazer, disse:
- Quer saber? Acho que já conversamos demais – e então murmurou ansioso - será que existe agora a possibilidade de você me beijar?
Ele não precisou repetir a frase desta vez, quando percebi minha boca já estava na dele, e eu estava entregue ao seu beijo quente, firme, urgente e amoroso sem me importar com o que viria depois.

25 de julho de 2011

28º Capítulo - Quanto tempo leva pra passar?


Depois daquele dia no galpão, Urik não foi mais visto em Hampton, ele simplesmente desapareceu sem deixar rastros.
Os meninos não paravam de falar sobre o sumiço dele, e chegavam a apostar um motivo, tirando essa parte das apostas que até chegavam a me distrair, o resto do tempo era uma tortura sem fim.


Aonde quer que eu fosse, sempre ouvia um comentário em relação ao desaparecimento do Curtis, a preocupação era geral, e eu me sentia aflita por saber o motivo, ou pelo menos uma parte do motivo, e não ter coragem para desabafar. Por fim, a única coisa que poderíamos ter certeza naquele momento era de que Urik estava bem, e deveria estar mantendo contato com os pais, caso contrário alguém já teria aparecido para reclamar ou investigar o seu desaparecimento.


Dias antes de se completar um mês do ocorrido o nome de Urik já não era tão pronunciado, parecia que todos o estavam esquecendo, exceto eu e os meninos.
Não conseguíamos mais ensaiar, e tinha alguns dias que Aaron e Chad não apresentavam uma comédia nova; A conversa entre nós que sempre fluiu naturalmente estava difícil de acontecer.


Nicko passava seus dias com o rosto enfiado nos livros.


Chad aprendeu a fazer origamis para matar o tempo.


Aaron estava trocando a vida real pela virtual.


E eu passava boa parte das horas vagas acariciando “Anna Molly”, tocando algumas músicas que eu sabia ser do gosto de Urik, tomando o cuidado de misturar uma ou outra para que os garotos não percebessem o quanto eu estava sofrendo a falta do Curtis.


Todos os dias que se passaram, eu me levantei com a esperança de que ele estivesse deitado no pé da minha cama, ou velando o meu sono sentado na cadeira da minha escrivaninha.


Todos os dias, ia e voltava da aula imaginando em qual rua eu iria virar e dar de cara com ele.


Quando chegava a casa de Urik, sempre me decepcionava por ver os meninos enfiados nos seus novos hobbies, e a ausência do som de Amelie chegava a doer.


Todas as noites, voltei correndo para a república com a certeza de que ele estaria no meu quarto, e todas as vezes me entreguei ao pranto agarrada no travesseiro que em outrora havia acomodado a cabeça de Urik.

19 de julho de 2011

27º Capítulo - Um tiro no escuro


Enquanto seguia para fora do galpão, intimamente ia dizendo: Vamos Curtis, vamos... vamos... por favor, fala alguma coisa, faz alguma coisa por favor, Urik!
Acabei alcançando a porta mais rápido do que desejei; Porém, antes que eu colocasse o meu pé para o lado de fora, o ouvi murmurar:
- Espera, Elladora.
Metade de todas as tensões que sentia deixaram as minhas costas, mas não mais me movi, esperei que ele dissesse mais alguma coisa:
– Entra... por favor?


Dei a volta calmamente, e fui até ele com o ar cansado:
- O que foi?
- Você tem razão, eu... – Ele abaixou a cabeça e eu ordenei.
- Olha pra mim, Urik. – Ele obedeceu - Você o quê?
- Eu acho... que... gosto de você.


- Ah! Você acha? – Iniciei uma meia volta, e Urik me segurou pelo braço dizendo com firmeza:
- Não, espera! Tenho certeza! Eu... gosto de você.


Apesar da enorme vontade que tive de sorrir me segurei, e ordenei mais uma vez:
- Então me beija.
- Não.
- Você confessa que gosta de mim, e não vai me beijar?
- Eu não posso!


Aproveitei que ele estava ocupado demais se descabelando e o ataquei. Só tomei alguma consciência do que tinha feito depois que ele já estava preso embaixo do meu corpo implorando:
- Não faz isso.


- Se eu te beijar, o que vai acontecer? – Perguntei assim que pude ver o seu rosto confuso.
- Não faz isso, estou te pedindo.
- O que vai acontecer, Urik? Você vai me bater?
- Não...
- Vai me matar? Me amarrar, me fazer prisioneira?
- Não!
- Então qual será a consequência?
- Só não faz isso... se você quiser continuar me...


Não deixei ele terminar de falar, pouco me importava o que ele tinha a dizer, me lancei em direção ao seu rosto encostando meus lábios no dele; não houve violação, e ainda que tenha durado poucos segundos foram suficientes para eu conseguir descrever com perfeição a textura exata da pele da boca dele... foi como tomar um choque de mil volts, o barulho da pressão ainda vaga nas minhas lembranças.


Voltei a encará-lo e ele me olhava chocado... lancei-me novamente em sua direção enquanto abafava mais uma vez o seus pedidos, que eram irrelevantes.
Pressionei meus lábios nos dele, e tentei com alguma dificuldade passar a língua para dentro da sua boca, encontrei resistência por algum tempo, mas logo acabou. Urik tinha o beijo exatamente como eu imaginava, era tudo como eu havia sonhado.


Muito tempo depois, eu me encontrava no limite do fôlego assim como Curtis, nos sentamos lado a lado e partilhamos alguns instantes de silêncio; tinha acabado de dar um tiro no escuro, não sabia que viria a seguir.


Então, ele suspirou profundamente e indagou:
- Está satisfeita agora?
- Mais, impossível. - Usei toda a minha sinceridade para responder.
- Mudou alguma coisa pra você?
- Estou satisfeita, Urik! Isso já muda alguma coisa, não é? - Eu não conseguia parar de sorrir, seria impossível naquele momento, e talvez pelos próximos dois séculos.


- Ótimo, que bom que se sente assim! – Respondeu ao se levantar, dando sérios sinais de irritação - Agora você já pode dar o fora.


Me levantei no seu encalço:
- Cara! Por que ao invés de você me mandar embora, não pode me abraçar e aproveitar que o sentimento é recíproco?
Argumentei espantada, ao perceber como os dois séculos passaram muito rápido tendo Urik por perto:
- Comigo as coisas não funcionam assim; Além do mais... você não quis me beijar? Não quis saber qual seria a “consequência”? Ela está aqui: Dê o fo-ra.


- Você está sendo injusto comigo, Curtis... E com você também.
- Para de falar, Elladora, você não fica quieta nunca! – gritou ele, deixando o controle há milhas de nós - Você ataca o meu psicológico com esse monte de palavras, isso me deixa louco! Me deixa apavorado!
- Mas... Não precisa ter medo de mim, Urik. – Resmunguei chorosa.
- Eu não tenho medo de você, tenho medo é de mim quando você está perto!


- Por quê?
- Por quê? – Ele sorriu fraco, e depois falou de uma forma muito triste – Porque perco o controle, eu não me reconheço, eu faço coisas que eu não faria, e sinto uma outra porção de coisas, que... Me tiram o chão, e... Eu não gosto disso.


Não tinha mais nada que eu pudesse fazer, afinal tinha feito a minha escolha, ciente dos cinquenta por cento de chances para errar ou acertar... jogando com o Curtis, o resultado final só poderia ser negativo:
- Vamos, Elladora... – Ordenou Urik, friamente – Suma da minha frente, eu não quero mais te ver.
Dei as costas para ele e comecei a caminhar, minha visão estava completamente embaçada pelas lágrimas que estavam dispostas a transbordar; mas não iria chorar na frente do Urik.


Antes de deixar o galpão voltei a olhar para Urik que ainda se encontrava na mesma posição. Um frio agudo percorreu minha espinha só de imaginar que poderia ser a última vez que estávamos tão próximos; todavia, não quis me arrepender da atitude que eu havia tomado, e imagino que nunca tenha me arrependido de fato.


Ainda que ele nunca mais me olhasse na cara eu o teria beijado, e se eu tivesse uma chance de voltar atrás, e de poder viver aquele momento novamente sabendo como as coisas terminariam, tenho certeza que eu o beijaria de qualquer maneira, pois eu merecia no final de tudo, ao menos guardar a lembrança do exato momento em que toquei os seus lábios com os meus.


Enquanto caminhava de volta para a república, finalmente compreendi o que Urik quis dizer quando soltou a frase: “Agora eu sei que o beijo perfeito é o beijo da morte” passei meses tentando decifrar o que ela significava, e precisei beijá-lo para saber que: o beijo perfeito era o dele, e a morte tinha sido a da minha alma, que perdi no instante em que me apaixonei por Urik Curtis.

15 de julho de 2011

Caindo na real - Parte II


Urik respondeu com a voz lenta e gelada:
- Pensava que estávamos na mesma sintonia.
- Sintonia?! – Dei um grito – Que merda de sintonia é essa? Olha, não quero estar em sintonia com você, não quero!
- Não sabia que você se sentia assim, me desculpe. - Ele murmurou inexpressivo.


- Não me peça desculpas, Curtis, tudo o que aconteceu até aqui foi porque eu permiti; Eu sei que se durmo com você sofrerei consequências... E, se eu não te boto pra fora da minha cama, do meu quarto, é porque ainda não consegui reunir força pra te tirar da minha vida; Eu sei que deveria me esforçar muito mais, então não me peça desculpas, você não é o único culpado aqui - Respirei profundamente após o meu discurso, e joguei a bomba armada nas mãos dele: Você não quer me beijar, isso é um fato, tudo bem, não vou mais insistir... mas, ao menos você sente algo por mim, Urik?
- Não vou falar. – Rebateu, sem nem ao menos piscar.


A convicção da sua resposta, fez com que o controle me faltasse:
- Oras, e por que não? Pode dizer, eu estou preparada! Fala, você sente o quê? Atração? Tesão? Pena? Ódio? Raiva? Nojo? Nada? Me fala! – Ele deu um meneio com a cabeça, e em seguida deu as costas para mim, me ignorando completamente - Aonde você pensa que vai?
- Tô saindo fora, você não está legal.


- Eu estou muito bem... Urik, você não vai sair daqui sem dar as respostas que eu quero, esquece! – Coloquei-me na sua frente impedindo sua passagem.
- Não tenho nada para falar! – Ele se exaltou - Será que você não entende?!
- Como não tem nada pra falar, Curtis?! Eu nunca te decepcionei! Nunca contei pra ninguém sobre nós, nem para Joanna, que é minha melhor amiga! Nem Aaron, Chad ou Nicko, ninguém sabe sobre nós, e eu não contaria pra ninguém se você resolvesse ser humano uma única vez na vida!


Urik virou-se para a janela evitando a todo custo o contato visual, e permaneceu imóvel olhando para o horizonte; O silêncio absoluto durou quase uma eternidade, e eu fiquei muito tensa, com a expectativa de alguma resposta. Então, como quem quebra uma vidraça, ele respirou fundo e disse:
- Eu sinto algo, mas... não sei se é real.
- Você me ama, Urik? - Arrisquei
- Eu não sei.


- Então, se você não sabe se me ama... Por que me obriga a viver desse jeito? - Berrei desesperada - Por que me machuca tanto? Qual é a graça de me ver sofrer? Eu nunca faria isso com você.
- Mas você faz isso comigo! – Respondeu ele, enraivecido.
- Porque eu quero te machucar! Eu preciso te machucar! Se não eu fico louca!
- Você fica com o Bencini.. Elladora, você não perde a oportunidade de se trancar no quarto com ele, pra fazer sei lá o quê!


- E você sabe por que eu fico com ele, Urik?
- Hum?! - Resmungou ele irônico.
- Porque tenho muita raiva de você! Pois você não me polpa dos seus casos ridículos, nunca me poupou! E te digo mais... Eu fico com o Jan, porque ele me beija... não é engraçado? Ele diz que é apaixonado por mim, e que gostaria que eu fosse namorada dele.
- Para com isso, eu não quero saber!
- Dói, não é? – Questionei cheia de maldade.
- Não interessa! – Ele gritou furioso.


- Ok, se você não pretende colaborar, então acho que não temos mais nada para conversar – Disse eu, ao dar as costas pra ele – Não me procure mais Urik, não quero mais dormir com você, não quero mais fazer parte da SUA banda e nem da sua vida medíocre; chega.


Vesti minha roupa sem que uma palavra fosse dita por Curtis, fui até o espelho e fingi ajeitar o cabelo enquanto o observava; Ele estava de cabeça baixa, vê-lo daquele jeito apertou o meu coração; Mas não poderia fazer diferente... não poderia dar mais uma chance a ele para fazê-lo feliz e continuar me castigando.


Se ele não estava disposto a mudar, eu também não iria mais aceitar as suas restrições, se ele não conseguia falar sobre os seus sentimentos, eu iria aprender a calar os meus; Ainda que eu tivesse que matar todos os dias cada lembrança dele de dentro de mim.
Traguei um pouco de ar, me dotei de coragem e iniciei minhas passadas para fora do galpão, enquanto me despedia com a voz firme:
- Nos encontramos por ai, Curtis.