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23 de agosto de 2011

36º Capítulo - Medos e desejos


Após deixamos nossos pertences nos quartos, e colocarmos nossas roupas de banho finalmente fomos para a praia. Urik estava lindíssimo com seus óculos escuros estilo aviador, e não me deixou sozinha no momento que eu mais esperei daquele verão, o meu encontro com o mar.


Os meninos já estavam na água quando cheguei com Urik na beirada do oceano, e fiquei fascinada com a quantidade incalculável de água; Olhando a diante tive a impressão que seria possível nadar até o final da linha do horizonte e encontrar o céu, maravilhada com a visão exclamei:
- É tão lindo, Magnus!


Urik revidou sem jeito:
- Elladora, por favor... me chame pelo nome!
- Magnus é o seu nome!
- Tá, então me chame por Urik! – Eu senti meus dedos afundarem na areia fofa.


Urik se sentou e eu o acompanhei, sem perder o foco do assunto:
- Eu gostei do seu novo nome, Curtis... – Ele esboçou um meio sorriso. Não podia ver seus olhos, mas tinha certeza de que meu namorado achava que eu estava mentindo, e não foi surpresa que contestasse logo após o meu comentário:
- Ah, fala sério! – Replicou, soltando um punhadinho de areia por entre os dedos -“mó” nome de otário.


- Eu não achei, sabe? Você parece muito mais real agora... tendo pai, mãe e um nome de físico - Urik sorriu achando graça, e disse um pouco constrangido:
- Você às vezes não existe, Elladora... achei que você iria me matar quando descobrisse.


- “O que é que há, pois, num nome? - Urik contorceu o rosto - Aquilo a que chamamos rosa, mesmo com outro nome, cheiraria igualmente bem”.
Rebati com rapidez a frase de Shakespeare, como se tivesse preparado o momento com uma eternidade de antecedência.
- Como? – Questionou-me após alguns segundos pensativo.
- É Shakespeare, Urik! Você nunca ouviu?


- Hãm, talvez na escola... não sei. - Disse ele, enquanto se levantava - Mas... faz muito tempo que estou ligado na frase: “ Agora eu sei... – Antes que Urik desse continuidade eu terminei a frase para ele:
- “Que o beijo perfeito é o beijo da morte”.


- Você ainda se lembra? – Indagou animado.
- Nunca poderia me esquecer... – Fiquei pensativa por alguns segundos, recordando-me do dia em que Urik a recitou, parecia que uma década tinha se passado desde então - O beijo perfeito é o seu, não é? – Ele não respondeu - E deduzi que a morte seria a da minha... alma.


- Não, não é assim que interpreto. – Ele se agachou, e levou a mão até o meu cabelo, deslizando uma mecha por entre os dedos - Pra mim o beijo perfeito é o nosso, e a morte é a do amor quando o primeiro deslize de qualquer parte for cometido.
- No meu caso, nunca. – Respondi com segurança.
- Eu digo o mesmo... Nunca.


Magnus me puxou para o seu abraço convidativo, onde permaneci por incontáveis minutos, estava confortável o suficiente para que pudesse sonhar acordada; tudo estava tão perfeito: o clima, a praia, as férias... O Curtis, eu poderia ficar ali enroscada no seu corpo por horas a fio, mas Urik não costumava ser tão paciente quanto eu, e antes que a noite chegasse ele decidiu me encorajar:
- Acho melhor você entrar no mar enquanto ainda está quente, não quero que fique doente.
- E você, não vai? – Perguntei fazendo beicinho.
- Não, eu fico te olhando daqui. – E sob o meu olhar inquisidor, ele admitiu - Não levo jeito pra natação.
Após a informação absorvida, resolvi me lançar ao mar.


Dei um rápido mergulho, e quando retornei a superfície, dei de cara com o meu namorado. Naquele instante, olhar pra ele me causou muitas sensações: algumas estranhas, outras boas e outras muito ruins.


A boa foi de ter certeza que não existia namorado mais bonito que o meu, ele tinha uma beleza única... e boa parte dela vinha de dentro dele, uma coisa que nunca vou saber explicar... só eu poderia enxergar essa beleza diferenciada do Curtis, e isso me deixou feliz.


A estranha, era de perceber o meu Urik pela primeira vez frágil.
O mito que ele fora até então, estava desmistificado por hora, de repente: O cafajeste, sem vergonha, rebelde, relaxado e maravilhoso Urik Curtis, era apenas Magnus Ülrich, filho único de Elize e Antony, deve ter sido mimado e educado com todo zelo e carinho.


E a ruim, foi a de ter certeza... de que uma hora ou outra, ele iria embora.
Quase pude sentir a dor me partir a alma como aviso prévio, dizendo de forma sombria:
“Aproveite!!! Quer dar uma volta no paraíso? Agarre a mão dele e seja feliz o máximo que você conseguir, sugue tudo, viva tudo, pois é por um período limitado! O que você está esperando?!”


Contorci o rosto tentando me livrar do pensamento ruim, e ele estava ali para me amparar, assustado indagou:
- O que foi? Você está bem?
Me joguei no seu abraço novamente, tentando agora me livrar do pavor que senti ao imaginar que um dia toda a magia do nosso amor não mais existiria, e não pude deixar de comentar:
- Urik, você não pode me deixar, entendeu?



Ele me apertou de encontro ao peito:
- O que é isso, Elladora?
- Você só tem que prometer. - Eu o esmaguei, e senti a dificuldade em sua respiração devido a força que usei.
- Claro que prometo, amor... eu já te prometi, lembra? Hum?
Assenti com a cabeça ao me lembrar de suas promessas, e tentei fazer com que a lembrança real me deixasse calma.


- Olha pra mim, vamos... – Pediu ele, atencioso – Não fica pensando em coisas ruins, eu estou aqui.
Desviei os olhos enquanto a voz soprava no meu ouvido: “Agora ele está, mas... até quando?”


- Olha pra mim... – Ordenou ele mais uma vez, puxando o meu rosto em direção ao dele – Tá tudo bem, eu sei que, as vezes parece um sonho, não é? - Concordei apenas balançando a cabeça – Mas, pense... não estamos dormindo para viver o sonho, então significa que ele não pode ser interrompido na melhor parte... assim como geralmente acontece, porque é a nossa realidade, você e eu... pra sempre.


- Eu te amo, Curtis, não esquece... nem que se passe mil anos.
- Eu também te amo, não me esqueceria nem que se passe um milhão deles.
Tornei a olhar para ele, e me assustei ao ver que seu rosto perfeito estava marcado agora por grossas lágrimas.


Não sei o que me deu, e sinceramente não me lembro de ter formulado frase alguma, quando percebi já tinha falado:
- Não se preocupe comigo... Eu aguento. - Ele me puxou novamente para si, me beijando com ânsia.


Não tenho recordações de como as coisas aconteceram a partir daquele instante, talvez tenha tido um blackout momentâneo, pois quando tomei consciência dos fatos, estávamos no quarto dele, o peso do seu corpo em cima do meu.
Urik era o meu sonho, e ele poderia mesmo ter razão; Talvez, nunca teríamos de enfrentar a interrupção da nossa vida perfeita, talvez... pudéssemos viver para sempre.

5 comentários:

  1. Bom, se ela resolveu pagar pra ver, não dá pra ficar o tempo todo pensando no fim. Relaxa e goza. Goza muuuuuuuuuuuuuuuito, e não economiza. Hahsaushauhsuahsuahs!

    Bjks

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  2. Se divirta enquanto tudo corre bem, aproveite bem o tempo!

    Beijos!!!

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  3. Espero que ela pare de se preocupar com o futuro e lide melhor com o presente (nos dois sentidos)!
    AMO!

    bjosmil! *.*

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  4. Entendo a Ell, porque fico aqui o tempo todo pensando exatamente o mesmo.
    Meu coração ainda vai parar numa hora dessas...

    Perfeitos os dois juntos!!!

    Curtis... .baba.
    Você tinha razão, Carol, ele está ainda mais lindo nessa atuh. .baba.

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  5. Pah: A Elladora Apesar de estar sempre com o pezinho atrás em relação ao Urik, não deixa
    de aproveitar, isso é fato!

    BeAzSims: O Urik tem feito o possível para manter a Elladora ocupada, eu garanto ;D hehehe

    Mita: As preocupações são rápidas, apesar de renderem um post... a parte dois, ela deixa rolar numa boa, sem grilos. ^^

    Suh: Nós sofremos por antecipação husdhuahda estamos no mesmo barco da Elladora, pena que
    não temos um Urik pra nos consolar. :\
    Ele ficou muito lindo com esse óculos, tinha certeza que vc concordaria comigo ^^

    Obrigada meninas! Amo muito!

    Bom findi pra vcs. :)

    Beijos mil.

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